Dicas

Em busca da moto perfeita: Carburador ou injeção eletrônica?

Postado em: 9 junho, 2015

Muito tempo atrás, as motocicletas (e até alguns carros, como a Vemaguet) possuiam motores com ciclo de combustão mais simples: Os famosos 2 tempos – Admissão e escape. Neles, a injeção de combustível era simplória, realizada por um carburador completamente mecanizado, com apenas um ponto de injeção. A simplicidade desses mecanismos não trazia muito retorno em potência.

 

A evolução na fabricação dos propulsores permitiu um grande avanço. A combustão em 4 tempos – Admissão, compressão, ignição e escape – apresenta uma melhor extração do potencial da máquina, reduz emissões poluentes e dispensa a adição de óleo lubrificante ao combustível. A injeção do combustível, por sua vez, teve de ser adaptada para atender a todos os cilindros de maneira mais uniforme, mas ainda assim era mecanizada. Carburadores de 4 tempos foram aperfeiçoados, mas ainda eram de manutenção complexa e, por não terem nenhum controle externo acabavam por entupir e necessitavam de ajustes e limpezas frequentes.

 

Esquema de montagem de um carburador 4 tempos.

 

Recentemente uma tecnologia já existente no mundo automotivo foi adaptada para motores com deslocamento menor. As injeções eletrônicas pressurizam o combustível e o misturam com oxigênio eletronicamente, na medida certa exigida pelo motor. Isso representa uma economia muito maior de combustível, uma eficiência aprimorada de combustão e uma periodicidade menor nas manutenções, já que elementos externos impedem que os bicos injetores entupam.

 

Marcos Pauletti, da engenharia da Magnetron, empresa do segmento de peças de reposição para motos, explica que “desde que a Yamaha lançou em 2005 o primeiro modelo nacional de moto com injeção eletrônica de combustível – XT 660 R -, as motocicletas com esse sistema vêm ganhando destaque no mercado, principalmente após 2009, ano em que entrou em vigor o PROMOT 3, legislação que determina os limites de emissões de poluentes em veículos de duas rodas. A baixa emissão de gases que poluem a atmosfera é uma das principais vantagens da injeção eletrônica”.

 

Além disso, a injeção eletrônica traz vantagens que vão além dos benefícios ao meio ambiente: partidas mais rápidas e maior rendimento do motor. Pauletti explica: “Toda a moto dura mais. Por exemplo, uma vela de ignição que precisa ser trocada entre cinco e dez mil quilômetros em uma moto carburada, pode durar de 10 mil a 20 mil quilômetros na moto injetada. É claro que, para a durabilidade ser maior, devem ser observados os prazos de revisão, itens a serem substituídos e qualidade das peças utilizadas”.

 

Corpo de aceleração de uma motocicleta de 4 cilindros com injeção eletrônica.

 

Ainda assim, existem prós e contras para os dois sistemas. Apesar do carburador extrair menos potência do motor, sua manutenção e limpeza podem ser realizados em casa (com muito cuidado para não perder os minúsculos parafusos e giclês). A injeção eletrônica, entretanto, é mais econômica mas impede esse tipo de cuidado caseiro. Fazer uma moto injetada pegar no “tranco” também não é uma boa ideia: você pode desregular o mapeamento da injeção e até queimar o ECU, fazendo com que a moto simplesmente não injete combustível nos cilindros.

 

Tudo depende do destino que será dado à motocicleta. O apelo rústico das motos carburadas ainda possui muitos fãs por aí.

 

Qual é sua preferência?

Por hoje é só. Mag-Abraços e até a próxima!

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