Antigas
Acessórios para moto ajudam ou não a vender?
Postado em: 13 agosto, 2014
Seja um baú, um guidão ou um escapamento, se você acredita que modificações em motos podem ajudar a puxar o preço pra cima, na hora da revenda, é bom rever essa tática. “Ajuda a vender, mas não incrementa o valor”, afirma Humberto Cury, consultor de vendas da B.G. Motos, revenda multimarcas de São Paulo (SP).
Segundo Cury, a perda é de pelo menos 70% do valor pago nos acessórios – quando não de 100% – especialmente no caso dos modelos de baixa cilindrada. “Em moto pequena não se coloca nada. Até bauleto, só mesmo motoboy tem interesse em já comprar com ele”, comenta Cury. Entretanto, o consultor revela que um acessório certo e condizente com a motocicleta ajuda na hora de passá-la adiante. “Tem que ser acessório original e no mesmo padrão da moto. No caso de uma BMW R 1200 GS, por exemplo, as malas têm que ser as rígidas, as prateadas”, enfatiza.
Exceções existem
O caso mais evidente é o mercado Trail, onde acessório é um diferencial e pode sim valorizar a moto na hora da revenda. Marcos Monteiro, gerente de Planejamento Comercial da Honda, que está atualmente desenvolvendo uma linha de acessórios para a linha CB 500, confirma: “Os acessórios têm um papel importante nessa relação moto x valor de revenda”. Marcos cita, como exemplo, as malas e equipamentos para viagem, mas não entra em detalhes sobre a questão do comprador pagar a mais, ou não, por eles.
Na maioria dos casos, não espere valorização
Da ingrata relação customização x valorização na venda, nem a Harley escapa. Famosa por incentivar a personalização de suas motos – o que, inclusive, gerou à empresa uma receita mundial de 169,3 milhões de dólares em 2013 – a Harley-Davidson enfrenta o mesmo cenário. “Ter acessório na moto é tão bom quanto ruim” comenta Antonio Pimenta, da Phd Pimenta (São Paulo), que trabalha com a marca desde 1983.
De acordo com Pimenta, além do proprietário não poder cobrar a mais por eles, os acessórios podem fazer com que a moto demore mais para ser vendida. “A gente coloca os acessórios de acordo com o nosso gosto, com a nossa cabeça. Então, precisa esperar aparecer alguém com a mesma cabeça para querer comprar”, explica ele. Entre os equipamentos que podem ajudar na revenda, Antonio Pimenta indica os utilitários, como protetor de motor e encosto para a garupa, pois quem pilota uma Harley costuma ter mais de 35 anos e levar a namorada (ou esposa) na garupa.
Equipar ou não?
Já dizia o ditado: “mais vale um gosto…” Mas, antes de deixar a moto com a “sua cara”, siga duas regras básicas:
1- procure comprar um acessório que você possa retirar do modelo vendido e instalar em uma próxima moto;
2- na hora de substituir as peças, seja precavido e guarde os itens originais para retorná-los na moto ou, pelo menos, oferecê-los junto com ela, na hora da revenda.
Com esses cuidados você garante que sua motocicleta ficará o mais próximo possível do produto original e reduz os riscos de prejuízo.
Via MotoBR