Antigas
Vá de scooter!
Postado em: 23 setembro, 2013
Mais uma vez a onda dos scooters chega com força total. A principal característica dos modelos modernos é a praticidade do câmbio automático por polia variável: basta acelerar e frear. Foi essa solução que deu o maior impulso a esse tipo de motoneta, porque na época dos câmbios seletivos a marcha era trocada na mão esquerda, junto com a embreagem, e o freio traseiro era um pedal no piso, como nos automóveis.
Sem o desconforto (e fragilidade) do câmbio manual, os freios passaram para as duas mãos, exatamente como nas bicicletas, o que criou uma associação imediata entre os dois veículos de duas rodas.
Soma-se a isso o fato de os scooters ganharem popularidade na Europa e Ásia porque as cidades pequenas exigem deslocamentos menores, servindo como uma luva para os pequenos “rollers”, como são chamados em alguns países. Na Europa é comum ver distintas senhoras executivas, vestidas de tailleur, chegando ao trabalho com suas pequenas motonetas.
As vantagens defendidas por usuários de scooters não param aí:
• Aparência: boa parte dos donos de scooter alegam que querem um veículo leve, fácil de pilotar e esteticamente bonito. Além disso, como contam com escudo frontal, não deixam a roupa suja nem cheirando a poluição.
• Economia: hoje que os motores quatro tempos dominam a cena, os scooters ficaram muito mais econômicos do ponto de vista de consumo de gasolina. Porém, a manutenção e mão de obra são mais caras se comparadas com motos da mesma categoria.
• Praticidade: o câmbio automático é a grande maravilha, porque não exige aquele “feeling” para trocar de marcha e nem detona com os calçados, como os pedais de câmbio das motos convencionais.
Só que nem só de vantagens vivem os scooters. Alguns pontos negativos precisam ser considerados:
• Instabilidade: não é novidade que um corpo circular tende a ser mais estável quanto maior for o perímetro. Logo, quando maior o diâmetro da roda mais estável é um veículo de duas rodas. Os scooters pequenos (na faixa de 125 a 150 cc) usam rodas de 10 a 12 polegadas. São pequenas e sensíveis aos buracos. Nos scooters maiores (de 250 a 650cc) as rodas variam de 14 a 16 polegadas, melhorando muito a estabilidade.
• Limitação na estrada: é óbvio que scooters de até 150cc não foram concebidos para estradas, embora no Brasil ainda há quem insista em seu uso estradeiro. Felizmente, o mercado já chegou nos produtos acima de 250cc que conseguem um bom compromisso entre uso urbano e estradeiro. Não é aconselhável dirigir em estrada com scooters abaixo de 250cc.
• Dimensão: se por um lado as dimensões compactas são ótimas pra driblar o trânsito, tornam os scooters menos visíveis pelos motoristas. Farol e lanterna ficam perto do solo e o piloto deve usar adesivo reflexivo no capacete e até nas roupas para aumentar a visibilidade, sobretudo à noite.
• Manutenção: é notório que scooters são mais frágeis que motocicletas da mesma categoria, por isso, estão mais sujeitas a manutenção. Pior é saber que o preço das peças e mão de obra são maiores do que os das motos.
E como fica a pilotagem?
Infelizmente vivemos uma realidade que coloca os scooters na mesma categoria de habilitação das motos, o que é uma total falta de sensatez. São veículos diferentes e exigem treinamentos diferentes. Só o fato de não ter câmbio seletivo já muda tudo!
Por não ter tanque de gasolina entre as pernas, ser pilotado sentado e não montado, o scooter exige que o usuário trabalhe mais com as mãos do que com o corpo. Nem pense em inclinar um scooter na curva. Eles são baixos e com pequena distância do solo, por isso raspam facilmente no asfalto. Se inclinar demais pode fazer uma alavanca e tirar as rodas do chão.
A frenagem também é diferente. Como a divisão de massa é mais concentrada no eixo traseiro, os scooters exigem mais força no freio traseiro. Se a divisão média nas motos é de 70% de uso do freio dianteiro e 30% do traseiro, no scooter essa divisão é 50% em cada freio. Mas em baixa velocidade pode-se usar e abusar do freio traseiro, porque a roda dificilmente irá travar.
E fique 100% concentrado no piso. Acertar um buraco com um scooter com rodas de 10 polegadas é um desastre que pode custar uma roda nova. Como o curso da suspensão é pequeno, o impacto sobre a roda é enorme. Portanto, fique esperto e curta a motoquinha que é pura diversão!
Da Revista webmotors.com